O município de Silva Jardim chamava-se Capivari, com fundação em 1801, nas terras doadas por D. Maria Rodrigues, no entorno da capela em devoção à Sant’Ana, a qual fazia parte da fazenda de D. Maria. Em 1943, a vila Capivari passou a ser chamada de Silva Jardim, denominação que perdura até os dias de hoje, conforme informado no website da Prefeitura Municipal de Silva Jardim.
Silva Jardim está localizado nas coordenadas LAT 22°39’03.33’’S e LONG 42°23’25.84’’O, com altitude de 35 metros acima do nível do mar na microrregião da bacia do São João, interior do Estado do Rio de Janeiro, próximo a Serra do Mar, no Bioma Mata Atlântica. O município é cortado pelo baixo curso do Rio Capivari e pelo valão da Caixa, a área urbana é composta essencialmente por casas, as ruas assentam-se sobre terreno de colinas e baixadas. A figura ilustra a localização de Silva Jardim no estado do Rio de Janeiro e seus limites territoriais.
Silva Jardim apresenta um problema histórico e recorrente com eventos de precipitações elevadas e intensas, sendo muito suscetível aos riscos de inundações. Os agravantes datam da década de 50, através das obras de canalização dos corpos hídricos do município, principalmente do rio Capivari, e se agravaram após a drenagem dos brejas e de áreas úmidas para agricultura, além da criação e enchimento do reservatório de Juturnaíba, o qual provavelmente gera efeitos de remanso sobre o rio Capivari, perdurando até os dias de hoje.
Além dos agravantes gerados por intervenção humana, tem as condições ambientais do solo, a formação geológica predominante da bacia do rio Capivari e de Silva Jardim, é caracterizada por um solo do tipo Gleissolo, os solos desta classe se encontram permanente ou periodicamente saturados por água, salvo quando são drenados artificialmente, sendo solos mal ou muito mal drenados em condições naturais, o que fica evidente através de imagens de satélite.
O relevo da bacia, principalmente na calha do rio Capivari e da área urbana de Silva Jardim, é caracterizado como planícies de inundação, apresentando baixa declividade (praticamente plano), o que consequentemente gera um acumulo de água nessas regiões.
Os principais usos do solo que compõem a bacia hidrográfica do rio Capivari, são compostos predominantemente por atividades ligadas a agricultura. Os usos que compõe as margens dos rios são predominantemente dedicados à agricultura de lavouras anuais e perenes, principalmente por serem regiões com grandes planícies, as regiões mais de nascentes são caracterizadas por áreas com vegetações mais densas, segundo as informações levantadas.
Diante desse cenário, percebe-se a importância da realização de um estudo para buscar o entendimento das principais causas hidráulicas para os eventos de inundação ocorridos, bem como buscar alternativas para mitigação ou amortização dos mesmos.
Os serviços contratados para a identificação das áreas susceptíveis as inundações em Silva Jardim consistirão na caracterização da área de estudo e diagnóstico da situação atual, levantamentos de campo (topo batimétricos e hidrométricos), estudos hidrológicos e modelagem hidrodinâmica para o mapeamento do perigo à inundação. Um relatório final consolidado será produzido com a finalidade de apresentar todas as atividades desenvolvidas ao longo do projeto.